Estado De Miséria (1/2)
Hoje acordei meio camuflado
O Sistema parece me oprimir
A Solidão é cruel quando não se reage
Sugando sua alma até perder a liberdade
Desiludi-me assim perdido na favela
Fui sem forças remando uma caravela
Em meio a tiros no meio da guilhotina
Coma profundo tomei dose de Morfina
Iludi-me ao ponto de meu coração partir
Não ressuscitando abri meus olhos sem sentir
Que paixão não existe quando a chama apaga
Proposital inflama e fere o conto de Fadas
De aparência vivíamos sem rumo no morro
Tempestades constantes espírito pede socorro
Fome turbulenta cansa viver pior que Cachorro
Chantagem emocional mascarado pelo gorro
Meu Avô já me avisava cuidado com golpes
Minha Mãe dizia atenção na subida dos Alpes
Meu Pai alertava sobre a situação caótica
Até meu padrasto da montanha viu faísca forte
Elevador subindo estando eu de carne e osso
Dentro um espelho me viu caindo no fosso
Degraus descem e me atiram no poço
Foi se o tempo e arrastou a alma do bom moço
* Primeira parte da poesia "Estado De Miséria" escolhida pela editora Beco para o livro "Amor Sem Fim" de dezembro de 2012.