O Mestre Dissoluto e a Bacante
As tintas vermelhas,
dos escritos advindos das
mãos do Mestre Dissoluto,
caem rubramente sobre a pele da
Bacante, sequiosa de desejos.
Queres aprisionar a Bacante,
que rouba de Bandeira alguns versos,
nas teias dos teus domínios.
Dominadas seguem, de mãos dadas,
Poetisa e Bacante.
O Mestre Dissoluto diz carregar nas
veias a história vivida com a Bacante.
Que Baco não o ouça, para que o ciúme,
atroz cúmplice dos amantes,
não lhe seja despertado.
O Mestre leva, de Baco,
sua Bacante e,
embrigado na taça do puro desejo,
brinda a paixão aflorada novamente.
Houve um tempo,
e cá ele regressa,
em que a Bacante se
sentia como Ícaro,
aproximando-se do sol.
A Bacante, Ícaro.
O Mestre Dissoluto, o sol.
As asas da Bacante,
certamente, a trairão,
assim como fizeram com Ícaro.
Ela, entretanto, saberá como
cair nos braços do Mestre.
O palco dos prazeres pronto está.
Resta às personagens
colocarem suas máscaras
– a ocasião assim o pede –
para que o espetáculo comece.
As memórias da Bacante,
bem sabe ela, ainda ecoam,
fortemente, no Mestre.