CÓPULA SELVAGEM
Marchas compassadas,
ganas direcionadas
avançam sobre o meu ego.
São eles que se deslocam
pela retina de meus olhos,
configurados, apalpados,
estranhamente dominados.
O amor esplêndido num vão enxergo;
somente eu posso distinguí-lo
ninguém mais...
e a fera presa dentro de mim
se esgueira...
Dilato as narinas com o sinal das felinas
e recebo-o desesperada e insatisfeita,
na redonda cama de mato
onde seu olfato em mim se deita.
A cópula alí se faz...
Fechando o círculo de expulsão
umedeço na minha garganta
o jacto que em mim avança.
Sorvo denegrida
a fonte real da vida.
Uivos diluídos ecoam nos seus ouvidos.
Foi-se a inércia da razão,
partiu-se o elo que me prendia,
deu-se clemência a quem pedia
subjugando o amor ante a paixão,
enquanto o sol inclemente ardia.