O AMOR IGNORADO
A mulher que amei me desprezou
Bem eu sinto que sei
É uma dor que meu coração batizou
Tirou de mim a coroa de rei
Agora como andorinha que movia céu e terra
Perdeu no momento o instante
Tinha por eternidade a amante
E agora tinha asas que na gravidade encerra
Sua identidade era ela que a tudo flutua
Ininterruptos rios que agora escorrem das entranhas
Borrando sua aquarela de sonhos e quimeras
Sua estrada era de neve que a lágrima quente debulha
Ruas escuras na cidade sem esperança de círios
Deserto de cotidianos vagos delírios
O amor que era um impulso a favor
Hoje é vento sem freio que só produz martírio e terror
O amor que tive e que ainda retenho
Pra ela foi apenas um passageiro no seu bonde blindado de aço
Há que se arrepender por dois a cruz deste lenho
Amar é algo que ainda temos que entender
Mas amor de verdade é algo que se faz sem aprender
O sofrer é a candeia do ser pra aguentar a luz de um novo amanhecer...