PUDOR IRREVELADO

assustado acordo num lampejo da madruga

e bebo gemidos sons não definíveis

arde-me o motivo de corpo ausente

saudade é um sino solapando o ento(r)no

o acalanto enrijece o ventre e o prazer não deixa

o vazio remeta a silhueta ao esquecimento

asas de labaredas rediviva estás

entre nossas pe(r)nas eretas de desejos

mais vivaz que nunca aconchega o corpo nu

ardência do antes desvirginando o travesseiro

no cansaço do depois à gema dos gemidos

Sonha-me a noite despida de pudores

– Do livro O AMAR É FÓSFORO, 2012:18.

http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdeamor/4039339