PRESCIÊNCIA
Lembro-me de seu rosto
Que lindo, que dócil!
figurando as suas faces
em seu semblante róseo.
Serei o seu eterno contemplador,
o vassalo que fica a admirar,
para que perceba que minha vida
só existe para lhe amar.
Se me encontro só,
sinto a sua respiração palpitante,
recordo-me de seus úmido lábios
em meio às palavras ofegantes.
Assim não saberei o que é solidão,
porque sua presença invisível
me acompanha a todo momento
como uma emoção indescritível.
(1988)