SOLIDÃO

Solidão

Nas horas mortas da noite eu me levanto,

Envolto em um manto recolhendo-me ao frio,

Quero ouvir-te querida, e de canto a canto,

Eu vou andando a sós neste salão vazio,

Passo as horas calado andando, enquanto,

Ela a dormir, repousa em colchão macio,

Seu corpo esbelto, aconchegando ao manto,

A doce tepidez dos seios luzidios,

Dorme calma, tranqüila e despreocupada,

Das glorias, da existência e da ventura,

Dorme, sonha, sorri o mundo não é nada,

Foge aos encantos da vida e serás pura,

Dorme, e nesta sala a andar eu prossigo,

Sofrendo a terrível dor de um abandono,

Não podes deixar teu leito e estar comigo,

Dorme, porque atento velarei teu sono.

SYLAS REIS

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Texto escrito em Julho de 1949 pelo meu saudoso pai.

Everson Russo
Enviado por Everson Russo em 14/12/2012
Código do texto: T4035139
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