A PRIMEIRA VEZ QUE TE VI...

A primeira vez que te vi..
Senti algo tão próximo e distante
E também algo tão edificante.

A primeira vez que te vi...
Senti de alguma forma
Que seria feliz e infeliz.

A primeira vez que te vi...
Senti o que sempre quis
E até o que nunca concebi.

A primeira vez que te vi...
Senti um futuro ainda mais incerto
E um presente inesquecível em excesso.

A primeira vez que te vi...
Senti a vida incompleta sem ti
E senti tudo o que não deveria sentir,
De fato, senti-me até sem mim.

A primeira vez que te vi...
Senti o ruir do infalível e do previsível
E o devir da constante ameaça do não e do sim.

A primeira vez que te vi...
Perdi o chão e ganhei afinal emoção em explosão
Perdi o norte e pensei tenho sorte.

A primeira vez que te vi...
Perdi as certezas das poucas coisas que tinha
E ganhei a magia e o desafio da doce imprecisão em relação ao coração.

A primeira vez que te vi...
Senti e perdi a razão de tudo em perfeita sincronização
E nunca mais fui eu mesmo de novo não
E nunca mais fui como era..., são.


Zarondy, Zaymond. Verbos, verbetes, verborragias. São Paulo: Grupo Editorial Beco dos Poetas & Escritores Ltda., 2017.
 
Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 12/12/2012
Reeditado em 19/11/2018
Código do texto: T4032488
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