AMO AINDA
E pensar que cheguei a acreditar no fim deste sentimento...
acreditei-o morto e esquecido em algum recôndito da alma.
Agora ele volta assim, como se nada tivesse acontecido,
como alguém que passou uns dias fora.
E vem se alojar justamente onde ficou o vazio.
Como se, naquele canto, houvesse o nome dele,
escrito em letras de aço e concreto.
O que faço com este sentimento,
menino rebelde e cheio de si?
Tento matá-lo, contê-lo, esquecê-lo?
Não sei o que fazer: só o observo.
Peço a ele que não se acomode,
que amadureça,
e seja para mim agora uma bênção,
uma nova chance de ser melhor.
Apesar de ser o que é, este sentimento
preenche a solidão que me afligia.
Ganho motivos para esperar
o sol do novo dia que há de chegar.