O CANTO DE MINH´ALMA

Ferida pelo acúleo que ora a aflige

E ao som de um plangente violão

Dedilhado por imprecisas mãos

Minh’alma põe-se a cantar

Canta um canto singular

Um canto lastimoso e solitário

Que desvenda de mim

Um lado que o mundo nunca viu

A noite então ao tal canto ouvir

De minh’alma se enternece

E em seu escuro colo a acalenta

Permitindo que se esfacele em prantos

Recostada pois ao colo da noite

Minh’alma pára de cantar e chora

Chora silenciosa, sem nada dizer

Pois as palavras estão no ruído das lágrimas

Das lágrimas que dizem para a noite

Tudo aquilo de mim que minh’alma

Ao mundo em palavras

Não tem coragem para dizer

E em prantos minh’alma canta

E cantando conta... e contando chora

E chorando procura... procura alguém

Alguém que ouça seu canto

E procurando encontra... encontra a noite

Encontra a noite que ouve... que acalenta

E encontrando a noite canta... canta seu canto

Pois a noite está ali... sempre a ouvi-lo...

Erik McArthedain
Enviado por Erik McArthedain em 06/03/2007
Código do texto: T403096
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.