O CANTO DE MINH´ALMA
Ferida pelo acúleo que ora a aflige
E ao som de um plangente violão
Dedilhado por imprecisas mãos
Minh’alma põe-se a cantar
Canta um canto singular
Um canto lastimoso e solitário
Que desvenda de mim
Um lado que o mundo nunca viu
A noite então ao tal canto ouvir
De minh’alma se enternece
E em seu escuro colo a acalenta
Permitindo que se esfacele em prantos
Recostada pois ao colo da noite
Minh’alma pára de cantar e chora
Chora silenciosa, sem nada dizer
Pois as palavras estão no ruído das lágrimas
Das lágrimas que dizem para a noite
Tudo aquilo de mim que minh’alma
Ao mundo em palavras
Não tem coragem para dizer
E em prantos minh’alma canta
E cantando conta... e contando chora
E chorando procura... procura alguém
Alguém que ouça seu canto
E procurando encontra... encontra a noite
Encontra a noite que ouve... que acalenta
E encontrando a noite canta... canta seu canto
Pois a noite está ali... sempre a ouvi-lo...