Mensagem de amor jogada ao mar
Grande é a fúria que rege os seus tão preciosos
movimentos, oh belos mares, que presenteiam
nossa visão com sua grandiosidade imensa.
Questiono aqui e agora, o porque da referência
à tão sempre nítida fúria de suas ondas; estas
não seriam, pois, a exaltação de outro sentimento?
Em consonância aos olhos do poeta, as mesmas
ondas poderiam ser amor ou fúria; coragem ou
medo. Prefiro, eu, as primeiras.
Confesso, entretanto, ser o mar pouco confiável.
Inutilmente, contei-lhe um segredo e esperava dele
sigilo maior. Decepcionei-me.
Afoguei na ternura e sutileza de suas ondas o meu
mais verdadeiro sentimento. Depositei em suas águas
todo o meu amor pela minha outra alma, que longe está.
Dentro de uma pequena garrafa, imaginei eu, que o mesmo
estaria bem guardado, porém as suas águas ondulavam
de tal maneira que meu amor foi derramado pelos mares.
Sabido és tu, meu querido amigo, o mundo não deve ser
privado de tamanho e tão alegre sentimento. Agradeço
a ti, então, doce mar, que de furioso nada tens.