## Púrpura Chama ##
Deixa! Deixa-me sangrar!
Até que não sobre nada!...
Nada! Nada... nada... nada do teu sangue
Que se misturou aos meus sonhos
que se perderam entre os lençóis no teu sorriso
que se acharam no teu corpo amoroso
no toque intenso e sedoso das nossas almas
Que se transmutaram em púrpura chama e essência
dos orgasmos que fecundamos tão dentro e em nós
na dança das mãos ao toque das castanholas
que sapatearam no palco à meia luz da libido
Havia a luxúria da paixão no ar...
embebedando-se nas taças da ternura do amor
Deixa-me sangrar lembranças, as derivas
das imaginações e dos meus pensamentos
loucos martírios d’uma saudade insone
por vezes triste...
por vezes, tão cheia de malícia