a folha da bananeira
falavas tão pouco,
mas dizias-me tudo
com teu olhar esmaecido
como o final da tarde
de um dia nublado
então não precisamos falar tanto
e a noite veio caindo
e nós dois ali existindo
à espera da palavra que não veio
pois não precisava ter vindo
bastava que nossas mãos
se procurassem
que nossos olhos
não se desgrudassem
que a folha da bananeira
entoasse com o vento
uma canção de alento
que em vão tento
me lembrar como chegou...