CANÇÃO DA DESPEDIDA
Ontem meu café da manhã foi com sol
Abdiquei do mundo para me sentir beijado
Mas só Vinícius de Moraes com seu sol por testemunha
Me aqueceu com sua verdade intensa e paz
Num beijo solar que me acalora nessas auroras matutinas
De uma Ipanema verde, de céu jaspe e sempre ditosa.
Nas areias boreais refleti sobre meus dias e parti...
Parti para Passárgada de onde não mais voltarei
Parti como parte o sol encantado no ocaso em partes cintilantes
Entre flores artificiais e gritos murmurantes...
Dos prazeres das pessoas que se abrem em solares doloridos
Numa manhã elegante e alegremente vistosa de fluorescente primavera.
Parti e não mais volto... algumas vezes poderei voltar
Para o imenso sol que amarelo reluz em espaço cerúleo
Mas como não faço caminhos de volta
E nem padrões repito... jamais voltarei como no antes...
Sublimei algumas coisas desde muito e deste mundo
Sublimei gestos, amores, vitrines do tempo e pessoas
E quando se sublima, nada resta
Nem mesmo a despedida...
Nem mesmo quando se esta
Incongruentemente apaixonado.