CANÇÃO DA DESPEDIDA

Ontem meu café da manhã foi com sol

Abdiquei do mundo para me sentir beijado

Mas só Vinícius de Moraes com seu sol por testemunha

Me aqueceu com sua verdade intensa e paz

Num beijo solar que me acalora nessas auroras matutinas

De uma Ipanema verde, de céu jaspe e sempre ditosa.

Nas areias boreais refleti sobre meus dias e parti...

Parti para Passárgada de onde não mais voltarei

Parti como parte o sol encantado no ocaso em partes cintilantes

Entre flores artificiais e gritos murmurantes...

Dos prazeres das pessoas que se abrem em solares doloridos

Numa manhã elegante e alegremente vistosa de fluorescente primavera.

Parti e não mais volto... algumas vezes poderei voltar

Para o imenso sol que amarelo reluz em espaço cerúleo

Mas como não faço caminhos de volta

E nem padrões repito... jamais voltarei como no antes...

Sublimei algumas coisas desde muito e deste mundo

Sublimei gestos, amores, vitrines do tempo e pessoas

E quando se sublima, nada resta

Nem mesmo a despedida...

Nem mesmo quando se esta

Incongruentemente apaixonado.

Marco Kbral
Enviado por Marco Kbral em 09/12/2012
Reeditado em 09/12/2012
Código do texto: T4027121
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