PARA QUEM HÁ DE VOLTAR

A solidão me acompanha,

mas a janela de minha casa aberta

não me deixa sofrer.

Olho a rua e espero

aquela que há de voltar.

Tentei todos os truques,

alguns doces,

outros sujos,

para que ela permanecesse.

Mas a sede de vida a conduziu

a uma outra aldeia.

Todos da rua viram

o quanto me atirei aos pés

dessa que só queria

seguir caminhando.

Eu poderia, eu sei,

acompanhá-la, mas

seus olhos não me queriam

e seu corpo me evitava.

Notícias me chegam

e não são boas:

ela caiu algumas vezes

e há feridas em suas mãos.

Talvez queira voltar.

talvez possa entender

que este meu amor intenso

foi feito para lhe curar.