Morfeu
Passeie por essas frágeis veias,
Circulando o divino sono misterioso
O sono que nas pálpebras ateias
Riso de morte em um tom choroso!
Amortece os lábios roxos,
Ao sonhar em desespero profundo,
Cicatrizes entre os pescoços
Na sudorese fria de um moribundo!
Pupilas dilatadas no olhar
Continuo estado de uma longa letargia
Riso mórbido de um amar,
Nebuloso torpor em vasta melancolia
Intenso frio nos dedos,
A fraqueza enraizando toda a razão,
Corre na mente os medos
Que na insônia entram em imersão
No desespero a psicose,
Rasga cada centímetro da fria palma,
Na colher uma única dose,
Alivia a amargura desta doente alma!
A mão que enfim correu,
Tocando a alma do poeta enamorado,
Era a lírica visão de Morfeu,
E por ele me desgraço sendo viciado!