CALIDAMENTE...

Vejo o tempo passar da

Minha varanda e a sonhar... Deixo o silêncio falar...

O sol nascer e se pôr e a lua

palidamente despontar...

Escutar os sussurros de cálidas noites...

E ver estrelas

Esplendorosamente a cintilar...

E eu aqui parada a mirar... E num frêmito

Ver as manhãs maravilhosas com suas nuances douradas

Despontar!

Ah! Depois à beira-mar ver o verde do oceano...

O vento a soprar... Algas... Cardumes...

Barcos a navegar... A brisa a me tocar

Ondas que se quebram nas areias

E morrem docemente na praia a meus pés...

Sinto a emoção na pele que me acalma o corpo...

Que me acaricia a alma... Que me faz viva!

E eu continuo a sonhar com um amor

Que se foi de mim nas asas de um pássaro migrante

Num longínquo eco de fragores

No horizonte sem fim!