Devolva-me
Não caminhei tão ao léu
nem vim atrás de desculpas.
Vim buscar meu orgasmo
que se perdeu sem ter culpas
Quero-o de volta. É a minha energia...
Se morno, se quente, se ardente
É meu! Mostra-me onde escondeu!
Ou quem roubou! Onde se perdeu...
Já o procurei nas retas, nas curvas,
nos montes, nos penhascos
Já encantoei os poetas, os sábios,
os incrédulos e os apaixonados.
Já fiz promessas pra Lua,
mandei recados pro diabo.
Ninguém sabe, ninguém viu...
Como fazer sem orgasmo?
Não quero tapinhas nos ombros.
Nem palavras de consolo.
Mostre-me apenas o caminho
que me leve a esse gozo.
Encontre-o! Preciso renascer das cinzas
Não me tapeies com mimos
Não salives minha boca com doces ameixas
Preciso senti-lo quente, escorrendo entre as coxas
Desejo-o bem profano
contraindo todo meu âmago
em espasmos pra lá de infindáveis!
Encontre-o! Estou te implorando!!
Quero-o vivo! Presente!
Constante como nascente
alimentando seu riacho.
Meu orgasmo que se foi,
Sem adeus nem bilhete!
Traga-o de volta! Cúmplices
usufruiremos desta paixão contida.
Mostra-me o caminho...
Quero rebrilhar os meus olhos
e sorrir para a vida.