VIDRAÇAS
“VIDRAÇAS”
Por que morro por ti,
Natália...
Se a mortalha
Que veda minha presença
Faz de mim a dor que não se ausenta
Que sustenta as pilastras;
Que destrói as vidraças;
Que permitem que eu a veja,
Mas não a toque!
Eu vivo a morte,
O desprezo...
Do meu conselho
Que me diz,
Que eu o meu amor aborte.
Corte que rasga meu coração,
Um dolo sem dicção,
Em que meus lábios
Se digam,
Que preciso amar-te.
Parte de mim,
É sim;
Parte de mim,
É fim,
Enfim,
Não a esqueço,
Mesmo quando dorme
Porque pôde meu coração amá-la
E desisti-la insolvente?
Eu sou agente,
Prazo de um sentimento...
Falho do desprendimento,
Em que prevejo...
Resgatá-la...
Em meus sonhos,
Em que minhas lágrimas encobrem...
Amar-te passou a ser a mim mesmo;
Passou a ser o que compreendo,
Natália,
És linda,
Como é meu,
O amor que não se escolhe.