VIDRAÇAS

“VIDRAÇAS”

Por que morro por ti,

Natália...

Se a mortalha

Que veda minha presença

Faz de mim a dor que não se ausenta

Que sustenta as pilastras;

Que destrói as vidraças;

Que permitem que eu a veja,

Mas não a toque!

Eu vivo a morte,

O desprezo...

Do meu conselho

Que me diz,

Que eu o meu amor aborte.

Corte que rasga meu coração,

Um dolo sem dicção,

Em que meus lábios

Se digam,

Que preciso amar-te.

Parte de mim,

É sim;

Parte de mim,

É fim,

Enfim,

Não a esqueço,

Mesmo quando dorme

Porque pôde meu coração amá-la

E desisti-la insolvente?

Eu sou agente,

Prazo de um sentimento...

Falho do desprendimento,

Em que prevejo...

Resgatá-la...

Em meus sonhos,

Em que minhas lágrimas encobrem...

Amar-te passou a ser a mim mesmo;

Passou a ser o que compreendo,

Natália,

És linda,

Como é meu,

O amor que não se escolhe.

Omar Gazaneu
Enviado por Omar Gazaneu em 07/12/2012
Código do texto: T4025061
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