Poema 0394 - Derradeiro carinho

Beijarei seu rosto com a força do vento norte,

escreverei sua pele com brilho de estrelas,

deixarei os azuis dos astros entre suas mãos.

Quero noites que na música contam do amor,

versos que um deus escreveu no céu;

às vezes, peço sonho, hoje quero estar acordado.

Preciso de braços fortes para carregar seus desejos,

não vou jogar com o infinito, nem ao menos tentar,

voltarei sempre que sentir sua falta, voltarei pra você...

Quando noutra noite ficar em silêncio,

ouça sua alma... veja que, lá no fundo, tem o que precisa...

Pegue! Vai saber usar, vai saber quão valor tem a vida.

Tenho algumas flores desenhadas nas palmas das mãos,

assim como estrelas estão coladas a um infinito,

ao longe toca uma nova canção de um novo amor.

Abra todas as portas quando a paixão passar por perto,

meu coração se fez morada de tantos amores,

nenhum era forte, nenhum como o seu me fez tremer.

Bem suave minha voz vai tocar seus ouvidos,

não sei se direi verdades, talvez algumas promessas,

mas serão coisas só nossas, tudo o que sempre quis.

Voltaremos os rostos para beijos que não os nossos,

os corpos se comungarão em uma noite fria,

até e quando for verdade seremos amor, louco nosso amor.

Noutros dias iremos caminhar ao longo do esquecimento,

porque têm noites de sol, dias de estrelas como astros comuns,

assim como somos até o dia que pensei tê-la perdido.

Que seja esta a última frase que escrevo sem sua presença,

o derradeiro carinho que só vai em forma de letras,

quando outra carta chegar, beijo-lhe as mãos, antes, a boca.

04/08/2005

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 04/08/2005
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