SEMPRE AMADA
Entre encontros e desencontros,
entre postos opostos,
surge um ponto em comum.
Uma ponte, trilha inesperada,
Em meio ao nada, ouve-se uma risada
E os olhos se cruzam, e o corpo se move
elas trocam o peso do pé,
e mordem o canto da boca.
Entre o medo, e o pressunposto.
Entre a guerra e a paz.
O futuro e o agora,
Segurança ou prisão.
Há o conforto do aconchego,
e o toque inevitável das mãos.
Em meio ao beijo, surgem lágrimas,
O no toque há desejo.
Sobre o amanhã, anceio.
Quanto ao ontem, perfeito.
Por se tratar de planos, apego.
Na dúvida, elas se deitam,
E não há mais mundo, nem céu.
E há tanto, em tudo
Que no fundo, não há nada.
E o coração inquieto arruma desculpas para fugir do medo.
Enquanto sonho, vai tudo bem, do meu jeito.
E quando acordo, se há amor, deleito.
Quanto à mim, resta o leve desespero.
Se porém, olho pra dentro, é você quem eu vejo
E se nasce em ti, a paz que habita em mim,
Descubro assim, a fonte do que me faz bem.
Enfim, dou-lhe a mão e sigo.