Cale-se o sonho!
Tape-se a ausência do mundo,
Dê-se descanso aos corpos inquietos,
Sedentos de paz!...
Apague-se na pele
A lembrança das paixões,
Da ambição
E do desejo!
Olvide-se o querer,
Aliene-se o desejo de loucura,
A posse do eu pelo tu!
Apague-se o fogo esquecido
Em névoas trespassando o sonho…
Limite-se a alma escondida,
Deixe-se o corpo nu,
A ausência à vista!
Esfumem-se os caminhos aprendidos,
Os encontros…
Invente-se o Amor,
Leiam-se os traços e os contornos!
Escrevam-se as palavras cheias de nós,
As frases com cheiro a veias adormecidas!
Fervilhem os ecos surdos,
As carícias transpirando ideias
E momentos leves do ser!
Colem-se em ti todas as fantasias,
Sintam-se chegar todas as realidades,
De mansinho…
Cessando o sonho!...
Cale-se o sonho!...