Prece de amor
Desculpe Deus, a minha distração,
não que isso seja uma coisa à toa;
quiçá, tenha ignorado a orientação,
deveria ser d'outra, o meu coração,
e eu não liguei meu amor à pessoa;
fiz diferente, talvez por desatento,
e agora já não tem como desfazer;
o que vive no sonho dela, e alento,
que mexe na sua pele e por dentro,
é o que quero ser, quando crescer;
agora crescem as ervas daninhas,
o jeito será capinar a minha horta;
enquanto anseio que será minha,
preparo os tonéis, cultivo a vinha,
pois, a esperança segue na porta;
portanto como não sei mudar isso,
não irei cortar, sequer, uma mecha;
d'um amor se nutre do próprio viço,
arranje meios a certo anjo, omisso,
Cupido carece comprar uma flecha...