SAUDADE DOÍDA
Senti, com a alma de poeta,
que a saudade não é bonita
nem mesmo na poesia,
pois é mais que dor sentida,
é punhal que do coração
nunca foi removido,
é fâmula a tremular ao vento,
é imagem que só a alma vê
Todavia essa triste saudade,
embora doída e latente,
se bem que tosca e frígida
caminho mal traçado,
é também cândida lembrança
é afago do que foi bom,
é rio que embalou alegria.
Pois ante a beleza
do seu sorriso inesquecível,
a doçura dos seus beijos
e o afago do seu curvilíneo corpo,
concluo que você
me transformou num homem feliz
apesar de já estar mais comigo.