Alcaçuz

Saio de mim...

tão linda e flutuante

alma límpida, prateada e brilhante

Saio de mim...

pois já não sei quem e o que sou

e o que já fui não habita mais aqui

Foi-se!... bateu tuas asas... Voou!

Há tempos não sou apenas eu

mas o que há de ti em mim

é o eco das tuas palavras a percorrer

os horizontes e todo o meu corpo

Meu universo entorpecido pelo teu perfume

onde mergulhei em mares encantados

pelas vozes das sereias que sussurram

o teu nome nos mistérios das notas

nos cantos alados dos seres etéreos

Voei!... e voei pelo céu mais anil

mesmo sem asas não tive medo

do sopro forte do vento da paixão

que eram as tuas mãos desejosas

e cheias de malícia a me acariciar

Juro! Não tive medo!

Quis te amar!

E me lancei no fundo do teu olhar

arrancando das entranhas da vida

os sete véus da tristeza

devolvendo as mil e uma cores

aos sorrisos esmaecidos...

empoeirados e esquecidos nas gavetas

de onde fugiram borboletas policromas

por entre as flores perfumadas e azuis

que nos meus lábios eram teus beijos

doces... doces... doces... doces...

doces beijos com sabor de alcaçuz

Kellen Cristine e Cartas de Amor
Enviado por Kellen Cristine em 01/12/2012
Reeditado em 01/12/2012
Código do texto: T4014275
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