ODE
Gosto de andar sem rumo
Sem pensar em aprumo
Gosto de comer chocolate,
Gosto das bocas escarlates
Das modelos nas vitrines
Gosto de olhar o por do sol
Sem ter nada que fazer
Gosto de cantar pra todas as mulheres
Meus hinos de louvor a elas
Mesmo que a garganta muda
Não encontre as palavras
Exiladas neste silencio
Ainda assim eu sigo a cantar por dentro
De ver, observar, (A rua tem tantos lamentos)
Gosto de toda esperança dançando nua
Porque é um sinal que a vida segue
Gosto de pensar que posso seguir
Sua sombra pelas arcadas dos desejos
Gosto de pensar que as estrelas, são minhas
E achar que numa delas você mora
Que virá me ver depois que o sol partir
E toda realidade adormecer
Gosto de ver o sorriso das mulheres,
Inebria-me o brilho, o lume
Seus seios que provocam, contudo
São as bocas que me atraem
Porque meus olhos, meu Deus! Teimam em despertar
Tantos sentimentos?
Queria apenas sentir o vento
Passando a mão nos seus cabelos
Mas eu gosto das cores dos lábios, ora claro, ora mel, ora vermelhos
Gosto de sentir a ilusão que alimenta os sonhos
Gosto dos olhares buscando aprovação nos espelhos
Gosto de ver os abraços mesmo quando não são para mim
Porque eles aproximam as pessoas
Gosto dos beijos mesmo quando não os sinto
Porque tiram a solidão dos lábios
Gosto de ver a cor do poente, a curvatura do horizonte
Gosto de pensar aos montes
Nos batons que usarão amanha,
E imaginar que o mundo vai prosseguir com suas cores
E o mundo será mais ameno
Nos lábios das mulheres lindas!