O trem bão do amor
Se a felicidade porventura existisse,
cogito, posto que detetive não sou;
Talvez, agora, ela apenas dormisse,
lacuna das coisas, que ela não disse,
e, mesmo assim, o coração escutou...
Se, fortuna não fosse simples logro,
Preciso colocar só um palpite mais;
ficção trouxe princesa até pra ogro,
Aí teria que entender, o meu sogro,
Afinal, teu barco precisa de um cais...
Os gemidos dormidos em tua pele,
Talvez, tantos, mais que imaginei;
Amor é pra juntas, aí, que se atrele,
que o sangue quente, enfim, revele,
O teor do prazer que ainda não dei...
A locomotiva dessas palavras ternas,
Trilha mui afetuosa, em sua direção;
a ironia de ter no satélite as pernas,
a antiga timidez com roupa moderna,
insta-a que embarque nesse trem bão...