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AREALVA




foi de lá
de onde na imensidão
a vista se atrapaia
que a vi
que nem que um pássaro
caminhando pela praia
ó minha garça madrugadeira

então senti
nascer o sonho
morrer a guaia
no teu balé
de fêmea brejeira

nasci pra vida
outra se ensaia

ó relento das horas nuas
sais de vidas cruas
um dia terei a manta
no sol que se levanta
estendida pelas mãos tuas
nas areias alvas
do coração a mil

seguirei tuas pegadas
apagadas
pelas ondas em desvario,

e o calafrio
hóspede do peito vazio
fará da tempestade estio

se só por um momento
teu olhar ler o meu
tão pueril
no cio d'arte
na corrente deste rio
que longe vai
rompendo à distância
deste desejo tocar-te
inda na errância
beijar-te além Paraguai

 


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nota:
Arealva: areia alva das praias do rio Tietê, interior de SP - que deságua no rio Paraná, divisa com o estado de Mato Grosso.
REHGGE
Enviado por REHGGE em 01/12/2012
Reeditado em 01/12/2012
Código do texto: T4013711
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