Poema d'um amor tardio

Ninguém nunca, poderá entender

o que fomos... somos

e o que poderemos ser

Viemos do mesmo barro batido

amassado, sovado

depois que a chuva passou

E nos descobrimos luas e sóis

por entre as nuvens e as estrelas

tão iguais e tão diferentes

Ninguém nunca, poderá entender

o que plantamos em nós

Eliminando dia após dia

as nossas próprias ervas daninhas

Assim, colhemos, perfeitos girassóis

Etéreos, belos e tão nossos

Que só tu e eu, podiamos vê-los

iluminando o encontro das nossas águas

Rio Negro e Solimões dos nossos corpos

sob o infinito azul que se fez vermelho

No espelho da vida, em que nos refletimos

Nos sentimos, além do fogo e da paixão

Depois, que a vida cruzou, nossos destinos

Desenhados nas palmas de nossas mãos

Destino, em que sou tua doce cigana a ler,

tua alma, meu rei menino

Agora, ao final...

Talvez já se faça tarde

Talvez já se faça noite

E logo, será impossível que as lágrimas

não turvem os olhos, desta minha poesia

Lágrimas que não são

nem de tristeza e nem de alegria

nem de chegada e tão pouco de partida

Lágrimas...

pois ninguém nunca poderá entender

quem fomos... somos

e o que poderíamos ser

Kellen Cristine
Enviado por Kellen Cristine em 29/11/2012
Reeditado em 28/10/2014
Código do texto: T4010341
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