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BRASAS



O amor é indefinível...
Passeia, alheio, pelos poemas,
Rindo de nossas tentativas vãs
De aprisioná-lo às palavras.

O amor é um rio caudaloso,
E ao mesmo tempo, calmo e profundo,
E quem nele mergulhar,
Corre o risco de morrer
Ou de flutuar.

O amor não oferece garantias,
E, muitas vezes,
Não é aquilo que procuramos,
Mas se o aceitamos como é,
Pode tornar-se a resposta.

O amor é um silêncio tão gritante,
Que quando fala, 
Faz com que tudo mais se encaixe,
Mas não sem antes tirar tudo de seus eixos
Seguros, confortáveis e conhecidos.

O amor é o que sobra da fogueira,
A brasa calma, incandescente, que aquece,
Mas ainda queima.


*
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 27/11/2012
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