Dispensa ao Amor
Veja como é complicada
A nossa vida cotidiana
Não sabemos pra que lado
A nossa mente se levanta
Ontem, pensamos de um jeito
Outra coisa hoje queremos.
E é assim que vamos levando
A vida e seus intentos.
Meu coração é muito rico
Para prender-se num só alguém
Por horas se sente aflito
Outras horas, ele dá desdém.
É por esse coração que falo
Que me pediu para transmitir
Diz não querer ninguém agora
Outra hora, talvez, se preferir.
Viver a dois é complicado
Mesmo não estando lado a lado
O pensamento desregrado
Faz lembrar quem está guardado
Se para muitos o amor dá asas
Para mim, ele as corta
Me limita de forma pedante
Me faz ser inconstante
Talvez me faça sorrir
E muito me faça chorar
Ah, que coisa ruim
É essa sina de amar.
Por isso e por outros percalços
Prefiro continuar sozinha
Não quero com ninguém estreitar laços
Penso, digo, confirmo nestas linhas:
Se eu tiver que amar alguém
Vou amar a mim mesma
A mim mesma acolho, perdoo, acarinho
O amor é desalinho
É nada mais que atropelo.