Meus Muros...
Meus muros, de olhos latentes,
Tinham pálpebras de perolas,
Faziam sombras desoladas,
Comendo o silencio da alma
Incapaz de chorar as gotas de chuva
Meus muros são crepúsculos,
Das angustias lentas, mornas,
Transfigura-se nas composições
Dos meus papeis amarelados
Meus muros beijam as pedras insanas,
Comendo quase em silencio, o barro,
As entranhas calcárias da felicidade
Moldando-me, quase inerte, no tempo.
Raí nonato