Alma irrequieta
Irrequieta essa minh’alma voa,
vai às outras almas que entorpecem a minha,
ama desvairadamente o que já me desalinha,
alimentando os meus pecados e me redescobrindo nu.
Irrequieta ela inda foge da mansidão de algum silêncio,
faz-me homem depressa e me torna um anjo alegre
a futucar no céu outros viventes tristes.
Apanho a poesia e teço alguns poemas,
sinto a vida pulsar, crio outras cenas,
no mesmo palco onde antes estava triste,
como se para viver eu nunca desistisse
de sonhar mesmo que nas pardas águas da desilusão,
onde sofre quase afogado um coração e a alma alegre a tudo sobrevive.