Mineira.
Lá das serras escorre água...
Minas geladas e a menina...
Com os olhos tristes,
Mas é só um jeito, uma marca...
Com uma voz que ora canta,
Ora fala assim fresquinha...
Assim escorre pro meu peito
As minas claras e a Mineirinha.
Quando trabalha o suor roça...
Seu molhado pescoço ofegante...
As gotas abraçam seu sublime seio;
Feito doce aquele doce de leite...
Depois cola pele e tecido...
E tece a poesia na alma errante...
Nos teus lábios carnudos moram...
Minha eternidade e a doçura.
Seu jeitinho tímido, calado, silencioso,
É pura obra prima de Aleijadinho...
É meu vicio, é o som da viola, a bebida,
O delírio, a insônia, o querer, a paixão...
Seus olhos falam tanto que fico horas...
Ouvindo os gritos das suas retinas...
Aquele abraço inda me acalma, alivia,
Perturba, aquece a memória de Minas.
Seu corpo todo toca o chão duro...
E abre rios e é meu belo horizonte...
Seus traços insanos têm curvas das serras
Ora vivos e depois melancolia...
Oh! Como encanta as curvas das serras...
E da Mineirinha na imagem e na poesia...
Seu nome ecoa nas campinas onde acordo...
Só pra ver chegar o sol e seu olhar do dia...
É só meu mel e poesia que escorre das serras...
De Minas Gerais, feito amor à mineirinha.
De: Daniel Rosa