Ruminando o desamor

O ralo do tempo escoa lentamente,

As águas do amor que não vivemos;

Quisera, apenas, saber se ela sente,

Que há um desperdício entre a gente,

Que a vida frutificou e não colhemos...

Minha horta chora as dores do estio,

chuva decidiu passear noutros prados;

esperança, arde, já no final do pavio,

o inverno enviou o estímulo do frio,

nem assim, nós dormimos abraçados...

Quisera refrear a areia da ampulheta,

Até quando começasse fazer sentido;

Faria se o arco íris tirasse a capa preta,

E esplendesse vívido, heptacolor, eta,

Nosso episódio, então, seria colorido...

Pode ser que ainda está lacrado o dia,

Que serei presente embalado pra ti;

Quando soltarás o laço com alegria,

Meu estômago já acusa a autofagia,

tanto rumino um capim que não comi...

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 22/11/2012
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