Volúpia
Onde encontra-se cordel de poesia?
Com teus negros olhos,
Olhos de cartomante,
Olhos de viva águia.
Letras não grafam,
Verbos fluem de sua boca ,
Saem tortuosos , com alvo certeiro,
Não burila uma palavra,
E essas as obedecem, submissas,
São polidamente audíveis,
Boca de marfim, de hálito fugaz,
Despeja no etéreo seus sonhos,
Sucumbe sonhos doutros,
Sua lucidez, é pujante,
Como a vida de cada ser ,
Mas seus encantos a diferem,
A coloca única , incandescente,
Seus passos , são métricos,
Sua garváia destaca-se,
Em função de suas curvas .
Onde andas lampejo de poesia,
Com teus negros olhos de águia,
Ensina-me o tortuoso caminho ,
De beirar seu dócil ventre,
De mirar seus negros olhos,
De acordar dessa volúpia,
De lhe ver em uma face qualquer.