Volúpia

Onde encontra-se cordel de poesia?

Com teus negros olhos,

Olhos de cartomante,

Olhos de viva águia.

Letras não grafam,

Verbos fluem de sua boca ,

Saem tortuosos , com alvo certeiro,

Não burila uma palavra,

E essas as obedecem, submissas,

São polidamente audíveis,

Boca de marfim, de hálito fugaz,

Despeja no etéreo seus sonhos,

Sucumbe sonhos doutros,

Sua lucidez, é pujante,

Como a vida de cada ser ,

Mas seus encantos a diferem,

A coloca única , incandescente,

Seus passos , são métricos,

Sua garváia destaca-se,

Em função de suas curvas .

Onde andas lampejo de poesia,

Com teus negros olhos de águia,

Ensina-me o tortuoso caminho ,

De beirar seu dócil ventre,

De mirar seus negros olhos,

De acordar dessa volúpia,

De lhe ver em uma face qualquer.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 20/11/2012
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