CORAÇÃO DE POETA
Meu coração vadio
não se cansa de amar.
Aquece outro no frio.
Apanha sem reclamar.
Meu coração sensível
busca nas rimas falar.
O que parece impossível,
nelas vai revelar.
Meu coração obsceno
transpira ocultos desejos.
Basta um simples aceno,
logo anseia por beijos.
Meu coração de poeta
consome todo o meu ser.
Da paixão mais secreta,
a um simples querer.
Meu coração de amante
se revela na cama.
Espera, a todo instante,
que seja acesa a chama.
Meu coração traiçoeiro
me pega desprevenido.
Amor, quando verdadeiro,
me deixa no chão vencido.