ENTÃO...NÃO ME PROVOQUE!
Clara da Costa
O tempo já passou,
o paixão se foi
com as fúrias dos ventos,
com os gritos dos vendavais,
com as noites solitárias,
desabrigadas,
tardias,
distantes.
Somos um amor partido,
que se perdeu por caminhos diversos...
Contorno o tempo,
a vontade,
morro todo dia do mesmo amor
nesse cenário nostálgico
quando teu rosto se sobressai
nas brumas cinzentas da solidão.
Eu sei...eu sei...
sou parte de algo sem volta,
irreversível,
sou parte de uma vazio que lembra perda
e acordo menos você
todo o dia...todo o dia!
Então...não me provoque!
Meu corpo ainda se inflama ao lembrar
daqueles abraços
loucos,
poucos,
roucos,
vibrantes e febris,
que explodem na minha memória.
Com o pensamento errante e disperso,
solto um gemido,
e sei...sei...sei,
que no meu verso mudo,
te amarei para sempre...