O tempo toma conta...

As densas nuvens se desfazem

Nos braços do vento amoroso

Abraçados e suspirosos observam

As montanhas e os verdes vales

Os rios derramando se nos mares.

As árvores frondosas dos bosques

Na primavera brilhante glamorosa

São as mesmas que perderam as folhas no outono

E se embruteceram no inverno num negrume

Como o bom carvão que um dia foi lume.

As afortunadas árvores são como nós

(guerreiras valentes esperançosas)

Vencem as estações e se renovam

Nas instigantes temporadas da vida.

Porque nossos instantes mais preciosos

(sementes das vivências)

Ficam entalhados no nosso âmago e

Luzem como diamantes escondidos

Guardados no tesouro da memória

Na profundidade abissal do nosso ser.

Mas,

Aquilo que foi desperdiçado

Jamais retornará para nós

(nas lembranças não há vazios)

Fica perdido no passado.

E o tempo sempre toma conta

(daquilo que fomos)

Empurrando-nos para frente.

Viver é o grande desafio

(vida contemplativa e activa)

Devotado à sabedoria e ao amor

Atos e relações elevadas

São imperativos no devir insistente.

Porvir é futuro des-programado

(sabemos disso e desejamos ser felizes)

Não há um destino nem existe um fado.

Enquanto há vida sempre haverá esperanças.

E as densas nuvens se desfazem

Nos braços do vento(tempo) amoroso...

http://aliceluconiprosaeverso.blogspot.com.br/

Alice Luconi Nassif
Enviado por Alice Luconi Nassif em 19/11/2012
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