Amor, amor
Tenho-te quando estou a deitar,
num fechar de olhos,
assusto-me ao cantar
a canção que outrora
cantava para mim.
Espero-te parado nas ruas,
se realmente sei quem és
não quero que demores para o café.
Não conheço-te ainda,
embora por entre o mundo
te enxergo serena e fria.
Nem com açucar adocei a nossa xícara
pois você
meu amor
entrará em minha vida.
O leite que hoje tomo
nas manhãs que fazem-se amigas
faz também
pensar nas lembranças ainda não vividas
pois você
meu amor
estará nas coloridas fitas.
Se hoje canto uma canção
seja ela com brandura, ou não
é porque eu danço e vivo
as grandes e belas aventuras
e você
meu amor
há de estar nas mais leves e puras.
A orquesta da cantida
distingue a nota mais aguda
que em meu peito
estronda e palpita
as batidas mais profundas
e por você
meu amor
pedirei grandes momentos
e os mais sinceros sentimentos
para guardar-te em meu peito
ou talvez em sonhos
que deixo em baixo do antigo travesseiro.