Resposta...
Depois que a última lágrima cair, seguirei
Até que nenhuma canção sua faça-me doer
Aquelas passadas, presentes e outras esquecidas
N’algumas palavras rabiscadas nos cadernos do tempo...
O diploma, as cartas, um trevo
As flores entre os livros, a estrela dourada, o vento...
Tentarei encontrar-te pelas fendas do armário
Onde não ocupam mais tuas roupas
Senão delas abreviam-se, silenciosas, lembranças...
Mas tenho dito tanto e ocupadamente que não voltarei?
Que de tanto sofrer, hoje não creio na hábil promessa de amar...
Finjo que amo, minto o que sinto, escondo os gestos
São infindas as horas de tua ausência
E será para sempre até a morte...
Nas penumbras dos sonhos, posso ver-te, secreto
Teus olhos inda são negros,
Tuas mãos, tua boca e teus vincos do tempo...
E quando desperto para o horror do esquecimento,
Das culpas e dos medos...
Não sobraram sequer os acordes,
Não sobrou a letra, a linha, o verso contido...
Nossa existência, a essência, a flor, o orgulho...
Tudo acaba, finda, dia após dia e nada...
Nada mais resta...
Só os travesseiros manchados de lágrimas...
Açúcar e sal do nosso amor.