Resposta...

Depois que a última lágrima cair, seguirei

Até que nenhuma canção sua faça-me doer

Aquelas passadas, presentes e outras esquecidas

N’algumas palavras rabiscadas nos cadernos do tempo...

O diploma, as cartas, um trevo

As flores entre os livros, a estrela dourada, o vento...

Tentarei encontrar-te pelas fendas do armário

Onde não ocupam mais tuas roupas

Senão delas abreviam-se, silenciosas, lembranças...

Mas tenho dito tanto e ocupadamente que não voltarei?

Que de tanto sofrer, hoje não creio na hábil promessa de amar...

Finjo que amo, minto o que sinto, escondo os gestos

São infindas as horas de tua ausência

E será para sempre até a morte...

Nas penumbras dos sonhos, posso ver-te, secreto

Teus olhos inda são negros,

Tuas mãos, tua boca e teus vincos do tempo...

E quando desperto para o horror do esquecimento,

Das culpas e dos medos...

Não sobraram sequer os acordes,

Não sobrou a letra, a linha, o verso contido...

Nossa existência, a essência, a flor, o orgulho...

Tudo acaba, finda, dia após dia e nada...

Nada mais resta...

Só os travesseiros manchados de lágrimas...

Açúcar e sal do nosso amor.

Anna Beatriz Figueiredo
Enviado por Anna Beatriz Figueiredo em 19/11/2012
Código do texto: T3993719
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