MEU VENENO, MINHA CURA

Caminhando, ela vem.

Passos firmes,

Traços finos,

Aroma a se espalhar,

Cabelos soltos no ar.

Em seus lábios, um sorriso

De inocência ou de descaso?

Em todo caso, me fascina

Me prende, me alucina...

Não sei se posso fugir da sina

Que aos poucos me arruína.

Sei que a boa razão ensina:

- Devo me afastar desta menina.

Mas como, se seu jeito me atina

e sua imagem em minha retina

Constitui a luz que me ilumina?!

O que sinto, ninguém imagina.

Não há ciência que defina.

meu destino me resigna...

Mas o veneno que extermina

Acaso também não poderia

Ser o remédio que reanima?

(1996)

Danilo Batista
Enviado por Danilo Batista em 19/11/2012
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