UMA FORMA DE PERSEGUIÇÃO

Não pense, nem por um minuto, que eu não te persigo mais...
O que mudou foi a minha forma de perseguição.
Tento, agora viver o absurdo da paixão silenciosa e audaz.
Busco um novo jeito de abrir as asas de minha imaginação
E voar vadia e santamente, vazia e plenamente;
Insolente e clemente, leniente e caliente, sã e demente...
Não consigo permanecer neutra, nem ser presente, nem contente...
Se eu desconheço as salivas do teu mundo, que são do meu, ausente.
Não consigo conservar o viço da rosa e da vitória régia
Se não conheço a flor amante de onde floresce teu amor perfeito.
Não estou sabendo como arrefecer tanto querer e nem como te dizer
Que quero sim te ter, mas não de qualquer jeito; esfacelado, implorando migalhas de tempos passados. Quero você inteiro.
Na paixão que ainda perdura, ainda conservo a loucura
de querer tocar em frente a doçura e a decisão consequente
de não perseguir você, mas tão somente te absorver, te solver;
prender-te, de leve; te morder, te pertencer, te beber...
E como água não apenas matarás minha sede mas
Serás o leme que navegará pelo rio da minha saudade,
para enfim, tranquilizá-la; quem sabe mortificá-la...
por que ela insiste em rugir valente dentro de meu peito,
que só queria te seguir calmamente...
Virou um turbilhão... Tentei intervir alucinadamente...
Para não ser uma perseguição sem noção que só tráz aflição!

Madalena de Jesus
Maria Madalena de Jesus Gomes
Enviado por Maria Madalena de Jesus Gomes em 18/11/2012
Reeditado em 23/09/2014
Código do texto: T3992493
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