Distância dos Mares
Entre as águas rasas do oceano que nos separa
Entra pela minha janela
O cheiro da brisa que te cerca
Embora os passos estejam longe
Parece mais perto do que antes
Nunca teve pele
Nunca teve boca
Nunca tive nada
Além de palavras
Cada melodia que toca
Se dissipa nas aguas desse mar
Que joguei meu coração
E não encontro
Qualquer vestígio de razão
Meus olhos inundam
Outras águas
Meu porto segue vazio
Tens em tuas mãos
Qualquer coisa que já não me pertence mais
Nesse navio que vaga
Por qualquer sorriso
Por qualquer ficção
Carrega na incerteza
A mesma poesia que ainda perpetuo...
novembro de 2012