Coração Cativeiro

Passaram-se muitas estações...
Invernos calorentos
Verões gelados...
Outonos de fome e lamentos
Primaveras chorosas e apagadas...

Passaram-se muitas horas...
Tantas noites enluaradas
Tantos dias de sol...Medos e desejos

A alma serviu-se de realidades fantasiadas
Da ânsia dos abraços e beijos

Passaram-se diante os olhos o contentamento
A aflição nascida da devoção morreu...
A canção continuou...
Na areia movediça do destempero lutou...

Vencida foi a paixão...
Mas não liberada...
Dela fez prisioneira
E hoje dorme passiva no coração...
Toda ferida e acorrentada...

Escapa dos olhos em lagrimas displicentes
Mostra-se em atos involuntários
Anseia o frio nas vísceras
Quando das alturas um pássaro sem asas se precipita...

A prisioneira paixão canta seu cativeiro em sofreguidão
Controlada e amordaçada...
Sufoca, definha...
E para não alimentá-la
A racionalidade torna-se mesquinha...

Refrigério do passar do tempo
Que a todos tudo elucida...
Então eis que chega o dia!

O homem descobre que não é o bastante
Fazer da paixão emoção derrotada...
Ela dever ser depois de dominada
Julgada e condenada...

A condenação é compaixão
Liberdade para que sentimento
Se torne esta transviada comoção.

Vençam as paixões da carne
-Malefícios que escravizam a Terra-
Mas para que se tenha paz
Não façam prisioneiros de Guerra...

Noah Aaron Thoreserc
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 17/11/2012
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