Poema 0981 - Minha pouca vida de amor

Minha solidão é barco a deriva,

não consigo levar embora a lembrança,

preciso de novo encontrá-la pra falar de amor.

Autorize seus pensamentos vir aqui nos meus,

escrevo um capitulo do que vivemos

pra ler quando começar a me esquecer.

Quero a saudade que faz sonhar outro dia,

as mãos juntas noutro corpo colado de amor

parecendo fogueira acesa do céu.

Não deixa apertar o meio do peito,

a angústia me leva o sono dos olhos,

preocupa-me se o sonho não vem quando deito.

Decido ficar, mesmo quando não diz nada,

quero querer seu amor para continuar,

não te dou certeza de nada, só garanto de amar.

Olha lá na frente, o futuro está longe das mãos,

o hoje é um filme que podemos ser protagonistas,

o que não existe, deixa pra quando este agora passar.

Renunciei minhas vidas anteriores,

jamais fiz sucesso com meu amor presente,

recomeço e volto, tento mais uma paixão consciente.

A noite não tem vergonha do negro, nem a lua do branco,

orgulho-me de caminhar em frente, não sou perdedor,

falta encontrá-la e bater de frente com a paixão.

Os minutos passam como se fossem anos,

os sentidos interrogam a alma sem parar,

falta calor no beijo que a língua manda o recado de amor.

A felicidade é coisa nenhuma sem os sonhos,

empresta-me uma manhã enrolada em braços que amo,

quero correr o risco de ficar importante pra alguém.

Quando anoitece a dor volta, a solidão aparece na janela,

a culpa fica estampada no teto do quarto de não dormir,

poderia chorar, mas não posso, preciso ir ao meu encontro.

Perdão aos deuses que um dia desejei esquecer,

as frases que escrevi no coração magoado de amor,

dos beijos desatinados que dei em mulheres desconhecidas.

Quero ser prudente na minha pouca lucidez,

a chave que abre um coração louco por paixão,

a loucura ao contrário da mulher que ama sem não(s).

Tenho razão de não me emocionar,

assumo o meu pecado, o meu desatino de querer,

como se fosse um dançarino de tango a rodar o salão vazio.

Ainda não é hora de partir, prometo morrer bem depois,

tenho vontade, desejos ainda por realizarem,

não conheço o perigo, ainda estou no meio do caminho.

02/03/2007

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 02/03/2007
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