Reminiscências de Carolina
Carolina estava à toa
Com seu doce jeito de andar
Corpo esguio, indômito
Como ninguém
Levantou-se, bebeu água
Sua boca úmida
Meu desejo nunca foi remoto
E com suas delicadas mãos
Toca a sua face com uma estranha precisão
Seus cabelos encaracolados
Negros como meus sonhos
Carolina, que menina!
Endoidecia minh'alma
Tão carente e pequena
Nunca soube dos seus atributos
Mas os meus encantos eram suficientes
Tão bela a Carolina
Ela já não era mais um ser humano
Dissipou numa outra dimensão
Carolina, eu já não te vejo mais
Meu sofrimento me consome
Carolina, endoidecestes minh'alma
De tão louca e dissimulada
Também dissipei numa outra dimensão
E vim ao teu encontro
Carolina serás para sempre minha
Apesar de não sentí-la
Sumistes do meu coração
Mas jamais da minha memória
Carolina
Grandiosa
Esplêndida
Radiante
Única
E ainda assim...
Inalcançável.