O CANTO DO AMOR
O CANTO DO AMOR
Às vezes ele é como a brisa fraca e tímida...
Às vezes com os furacões, os vulcões em erupções
No esteio de um poema, triste ou guerreiro...
Num gole seco de saudade, ou no sopro de um veleiro,
Traz a felicidade.
No Oasis perfeito das miragens, na sombra dos sonhos,
Sutil ou sagaz, valente e certeiro...
Às vezes, emana sustos, como guizos pontiagudos
Na volúpia mágica do absoluto...
Outras vezes tão manso quanto o sossego,
Nas asas de olhos tão amenos...
E quando me perco, estremeço,
Escondo-me, vôo...
Em busca de mim mesmo,
Incorporando a paz.
Seu canto me seduz...
Na pele de um cordeiro,
Outras vezes abrasivo como o lobo...
Ele vem assim...
Em passos de elefantinho...
Pesando-me a fronte,
Faz-me refém num corpo docente,
Eis o Amor...
No meu sangue,
A ferver o inconseqüente...
E a lucidez da realidade,
Clara e fria...
De que sem “Ele” minha poesia...
Não teria voz e nem ao menos rima...
Mesmo no silencio ouço a sua voz,
Como um pássaro raro,
Trinando a eternidade...
Recolho-o na alma,
Quando fecho as pálpebras,
Mas ele nunca dorme...
Sussurrando a felicidade.
Poesia Marisa Zenatte
* Direitos Reservados