Alimento d’Alma

A chuva trouxe luz

Para d´onde era breu, a cidade das flores

Enfim, erguida na folha regada,

Mas ainda vazia de letras e harmonia!

Como alimento, o vento

Adentrou entre os tentáculos

Trazendo em suas brisas um sabor

De tâmara, incomum ao sentir, ao sonhar,

Ao flanar dos salmos pelos lábios!

Em raras cantatas

O azul atlântico se fez soprano, verônica

Das cartilhas, mulher dos longos céus

Ascendendo em cada olhar um trigal,

Um semear pelo Livro dos Tempos!

Pela tez escandinava,

A luminosidade do amor, a ardência do silêncio

Clamando em suspiros, feito de água de beber,

Jangada de navegar, luar de beijar e beijar,

Até que o dia aconteça e a noite caia alusiva!

D’ensejos!

12/11/2012

Porto Alegre - RS