Quando Uma Mulher se Despe

Rediz que aqui adormecem minhas lágrimas

Eterno, porém, é somente o papel

Quisesse o tempo que eu não dissesse

Que até o amor tem fim.

Somente Deus sabe como dói tal dor

O dolorido, solitário vazio de descobrir

A imperfeição de sua obra

Criador o poeta (do poema/poesia) por mais

Que possa negar, por mais que possa querer

Sabe que o amor por mais perfeito que seja

Não suporta o delicado quebrar do coração.

Por alguns segundos o chão desaparece

Os sonhos de menina voltam todos para o diário

Quantos diários são marcados por sonhos e lágrimas.

Sabe menina, amar é padecer entre flores e espinhos

É aquele seu desejo tão esperado sendo revelado

Mais será que o seu amor saberá tocar seu coração

Com a mesma intensidade que toca teu corpo?

Serão os beijos dele somente de teus lábios

E jamais de tua alma?

Poderá desejar-te com os olhos, te seduzir

Com palavras e depois te amar na tua límpida nudez?

Será que ele não pensa que quando uma mulher se despe

Ela retira sua alma e se entrega para ser amada,

Tocada, como se seus dedos ao tocar sua pele

Tivessem o poder de Abrir o seu peito,

Decifrar todos os segredos

E por chegar tão perto brutalmente

Desmanchar o frágil cristal.

Quando quebrarem o seu cristal

Ainda existiram os diários

E em alguma página dele

O seu grande amor.

Rediz

Quisesse o tempo que eu não dissesse

Somente saberá amar verdadeiramente

Quem souber despir sua alma

Correndo o risco de quebrar o cristal

Que por fim dará sentido a existência das lágrimas...

* Poema classificado no 9 Concurso Literário Prêmio Missões ano 2006, cidade Roque Gonzáles Rio Grande do Sul, que obteve Menção Honrosa a Nível Nacional.